37º Encontro Estadual Missionário em Franca, São Paulo

Com o tema "A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída", encontro teve como objetivo animar a Igreja do estado de São Paulo em sua missão.

Por Robério Crisóstomo da Silva*

DSC_4223Este 37º Encontro contou com o apoio do padre Estevão Raschietti, missionário xaveriano que buscou apresentar de forma profunda e concreta as formas adequadas que devemos assumir para que o espírito de comunhão e profetismo não se tornem algo pejorativo, mas que deve ser compromisso de todos os batizados.

Para oferecer aos participantes uma reflexão acessível, dinamizada em contextos atuais, padre Estevão parte da seguinte reflexão: a origem, da palavra “missão” significa “envio”, “partir”, “sair”. Todo o “envio” pressupõe um ponto de partida, um ponto de chegada e uma tarefa. Sendo assim, entendemos que o ponto de partida é Deus Pai, que envia o Filho e o Espírito Santo, que enviam a comunidade, destinatária e protagonista do anúncio do Evangelho. Neste processo o missionário percebe que o ponto de chegada é a alegria da vida plena no Reino de Deus. A tarefa é anunciar a proximidade desse Reino anunciado, convidando as pessoas a se tornarem discípulas de Jesus.

Imagem 7Este discípulo deve assumir uma postura de seguir os passos do Mestre. Cristo é que guia a sua comunidade, aponta para onde deve ir. Sendo assim o discípulo não deve colocar-se à frente do Mestre, Ele foi quem os chamou, lhes ofereceu algo novo, desconhecido, mas que agora é pegar ou largar. Neste cenário Cristo promete que os transformará em verdadeiros pescadores. Não podemos esquecer ou deixar passar despercebido que para eles é algo novo, e talvez estranho. Questionam-se: “como assim, fazer de nós verdadeiros pescadores?”. Neste cenário, Jesus aponta para onde eles devem ir (“sigam-me”), desloca-os de suas atividades, suas amarras, dá a eles a missão de serem verdadeiros pescadores de homens.

Vejam que a missão é andar solto, o discípulo agora tem a tarefa de seguir os passos do Mestre. Não é um deslocamento aventureiro e virtuoso para “pregar o Evangelho a espaços geográficos cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa, mas cumprir o que o Mestre manda fazer”.
A saída e o seguimento aqui, da qual falamos é uma saída profunda, que toca as dimensões mais íntimas da vida dos discípulos. Não é sair simplesmente para impor a própria vontade e a própria visão de mundo, mas aprender com Ele a forma correta de anunciar. A causa aqui é imitar as práticas do Mestre, ou seja, como aproximar do outro, o que oferecer para o outro, o que falar para outro. Entendemos que Jesus mostra um novo jeito de ser pescador, pois não é somente sair com as boas intenções de fazer do mundo uma só família e ser solidários com os mais pobres, e buscar com isso apenas uma realização pessoal, mas dar testemunho da verdade.

Imagem 13 (1)Além dos momentos liturgicamente celebrados através da Eucaristia, momento mariano através do terço missionário, animação, noite cultural e partilha das distintas experiências de cada dioceses ou sub regiões, houve seis oficinas com temáticas reflexivas à luz do texto base: Comunhão, Missão e Sinodalidade, Missão Inter-Gentes. Refugiados e Migrantes, Pastorais sociais a serviço da missão, Missão Ad Gentes: ir à outra margem, Vocação missionária a serviço da missão e Profecia e martírio.
Estas oficinas tiveram boa participação dos integrantes do Congresso, em clima de partilha e discussões. Em seguida cada uma trouxe suas contribuições em plenário, no intuito de ampliar as contribuições dadas por cada uma.

O Encontro foi concluído com bons êxitos, em clima de novas perspectivas missionárias, no intuito de melhor servir e animar a Igreja a sair ao encontro dos pobres, que a sociedade muitas vezes julga como sujeitos marginais.