Você talvez tenha feito algum dia a seguinte pergunta: Senhor, que queres que eu faça?
de Héctor Elias e Fabrício Garcia
Como um jovem ou uma jovem podem viver e transmitir a fé nos nossos dias? A verdade é que todos sentimos dificuldade de viver a fé cristã, pois em formas diferentes, desafios sempre existiram, existem e vão continuar a existir.
Sei que ser um jovem cristão, que assume ser discípulo de Cristo, e ousa ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5, 13-14) neste século que relativiza o certo e o errado, o que é ou não ético, talvez seja um dos seus maiores desafios. Mas creia no que digo: você não está sozinho, pois a Igreja entende e sabe que necessita de você pra continuar a missão que Jesus nos deixou.
Falar de jovens como você na Igreja é falar de uma Igreja dinâmica, viva, em movimento, que não se conforma com respostas sem um por que muito claro e coerente, que deve sempre ser iluminado pela história, pela Palavra e pela caminhada da Igreja. Esta é a nossa fé.
Você talvez tenha feito algum dia a seguinte pergunta: “Senhor, que queres que eu faça?”. Essa pergunta, muito mais que em tempos passados, carrega hoje uma complexidade nunca antes vista, gerada por esse mundo que oferece a você uma verdadeira overdose de informações, deixando-o perdido frente à sua vocação e missão. As mídias sociais (WhatsApp, Instagram, Tik Tok etc.), o bombardeiam diariamente com ideias, conceitos, hábitos e costumes, que não raras vezes contêm valores contrários aos do Evangelho. O que fazer diante dessa realidade que se apresenta?
Em primeiro lugar, tenha coragem de ser original. Todos nós nascemos originais, mas muitos infelizmente terminam suas vidas como cópias, indo na “onda” dos outros, só pra estar na moda. Não convém que seja assim. Se você deseja ser um cristão que experimenta verdadeiramente sua vocação e missão, seu critério de viver e ser deve ser Jesus Cristo; nenhum outro. Antes, portanto, é preciso conhecê-Lo. Mas como conhecê-Lo? A resposta é simples, mas ao mesmo tempo guarda em si uma profundidade infinita: posso conhecer a Deus pela oração, pela Palavra (Bíblia) e pela experimentação do amor no encontro com o próximo.
Você, como todo jovem inteligente e antenado está ciente da triste realidade mundial: guerras, fome, sede, doenças, miséria, falta de respeito para com a casa comum e demais “desastres naturais” espalhados por todo o planeta, que causam dor e sofrimento a milhares de pessoas como nós, quando não a morte. Morte de vidas humanas, tão preciosas ao coração de Deus... Isso tudo pode até lhe causar tristeza, desânimo ou desesperança na humanidade e num mundo melhor e mais fraterno. Mas repito o que disse antes: jovem, tenha coragem de ser original e não desistir do que Deus sonhou pra você!!
Querido(a) jovem: pensando, mas não chorando diante do que não é certo no mundo hoje, imagine planejar criativamente o mês de novembro como o mês dedicado à esperança, virtude da qual muito se fala e medita na comemoração dos nossos falecidos e ao longo do mês. Mas no contexto da juventude, a esperança não tem nada a ver com falecidos. Não é nesse sentido que a queremos contemplar. Ela é um desafio, algo a trabalhar, a construir juntos por um mundo melhor e possível. Pois se a juventude na Igreja morrer, a própria Igreja já estará morta! Por isso coragem!
Então pense: qual poderia ser a sua colaboração como protagonista na construção da esperança no contexto juvenil atual? Propomos apenas três coisas:
A primeira: interprete o mundo como essa imensa rede aonde o nosso Pai, Deus, vai tecendo com a nossa colaboração o mundo que Ele mesmo sonhou: Um mundo unido, inclusivo, em paz, ordenado, sem preconceito nenhum. Um mundo onde nos descobrimos todos conectados, pois filhos dum mesmo Pai somos, intimados, portanto, a colaborar na construção do Reino de Deus.
A segunda: descobre suas forças, juventude, alegria, coragem, generosidade, fé e tantas outras.
A JMJ (Jornada Mundial da Juventude) em Portugal foi como essa rede. Congregou jovens do mundo todo. Eles viajaram, cantaram, rezaram e sonharam junto ao papa esse novo mundo possível. Os jovens mais uma vez foram indicados como sinal de esperança para a Igreja e para o mundo. Essa é uma grande provocação para abandonar o lugar de conforto.
E a terceira: deixa que a realidade do nosso mundo confronte você. Ele precisa urgentemente do seu SIM a Deus.
Por onde começar? Aproveitando e planejando os encontros no grupo de jovens na paróquia, na diocese, nas experiências missionárias, nos diferentes eventos juvenis, através das redes sociais, sendo ativos e propositivos.
Será possível sonhar o protagonismo da juventude, interagindo no meio dessa imensa rede, participando e aportando cada um o seu dom predominante, para mais embelezá-la?
Jovem, desafia teus medos e mostra-te confiante na promessa de Jesus: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” (Mt 28, 20).