Dos dias 03 a 21 de Junho estive visitando as irmãs do território Amazônia da nossa grande Região América.
Por Maria Conceição Nascimento da Silva
Dos dias 03 a 21 de Junho estive visitando as irmãs do território Amazônia da nossa grande Região América. Para mim foi uma experiência muito significativa poder partilhar esses poucos e intensos dias com as nossas irmãs e os povos com os quais elas doam a vida na missão em diferentes realidades semeando e sendo presença de consolação. seguem amando e servindo em tantos modos a todos os que batem a porta, mas também indo ao encontro lá onde eles vivem seja na cidade como nas periferias e nas áreas indígenas.
Pude perceber como o modo simples, atento, acolhedor e alegre de viver das Irmãs transformou e continua transformando a vida de tantas pessoas. São tantos testemunhos do povo que agradecem por quanto receberam e continuam a receber e aprender das nossas Missionárias.
Esse ano de 2019 se celebra os 70 anos da chegada das missionárias da Consolata no chão amazonense. É um tempo especial para fazer memória de tantas bênçãos, graças, sacrifício e até mesmo dificuldades, mas também muito amor, zelo missionário e paixão pela missão que Deus as confiou e também a grande paixão pelo povo a quem servem.
As irmãs atualmente estão presentes nas áreas indígenas com o povo Yanomami no Catrimani e com o povo Macuxi e Wapichana em Normandia.
São presenças simples, mas desafiadoras não só pelas distancias a serem percorridas, mas também pelos poucos meios de comunicação de modo especial o Catrimani. Porém, nossas missionárias, cheias de entusiasmo e empenhadas em viver os valores do Evangelho na vida quotidiana, dão uma atenção particular a cada cultura, respeitando esse povo que tem a sua história marcada de tantos sinais de vida, mas também de exploração por parte de quem se aproveita das riquezas da terra e da própria vida deles para se enriquecer.
Para estabelecer um diálogo mais eficaz procuram de aprender a língua e de conhecer sempre mais a cultura através da participação nas festas tradicionais e nos acontecimentos quotidianos.
Em Normandia, distante umas duas horas e meia da cidade de Boa Vista, as irmãs da Consolata estão empenhadas em vários setores pastorais: indo nas malocas indígenas, procurando de acompanhá-los na formação e fazendo a Celebração da Palavra quando necessário.
Outra realidade gritante neste momento em Boa Vista é a situação dos venezuelanos que estão migrando em grande número para lá procurando de escapar da situação trágica que o país está enfrentando.
Desde 2018 quando se deu mais difusamente a migração dos nossos irmãos e irmãs da Venezuela, as nossas irmãs refletiram sobre o que poderiam fazer para ajudá-los nessa emergência. Foi decido então, oferecer um café da manhã para amenizar a fome dos nossos irmãos. Graças a Deus tanta gente começou a se solidarizar e a contribuir com aquilo que podem. Organizações e outros Institutos Religiosos também começaram a se mover a pedido da Igreja que sentiu forte o apelo de Deus de socorrer esse povo.
No início eram mais jovens e adultos, mas de repente foi chegando também famílias inteiras com tantas crianças desnutridas buscando encontrar uma melhoria de vida fora da própria nação. Como o número de pessoas está se tornando cada vez maior também se torna mais difícil encontrar abrigo, alimento, remédio, roupa e trabalho para tenta gente. A situação ainda é alarmante!
Além da ajuda material que é muito importante para eles, as Irmãs acolhem com carinho, escutam, dizem uma palavra de conforto e de esperança; se necessário, encaminham à CARITAS para tratamento de saúde e outras necessidades. A casa das Irmãs se tornou verdadeiramente uma Casa de Consolação!
As irmãs estão também inseridas em Manaus no meio de um bairro da periferia trabalhando com as pessoas mais vulneráveis e empobrecidas da sociedade. São pessoas de diferentes partes do Brasil que lá foram em busca de emprego e de uma vida melhor. É um local onde falta habitação digna, e onde a vida é ameaçada devido a precariedade em que vivem e isso gera insegurança e violência. Porém é um povo que quer muito bem às irmãs e juntos animam as comunidades, celebram com alegria as festas dos padroeiros, estão empenhados e zelam pelas suas Capelas, lugar de encontro no amor de Deus e como irmãos e irmãs.
O nosso Fundador o Bem Aventurado José Allamano diz: “Onde há amor, há zelo”. E assim é a vida das Irmãs Missionárias da Consolata na Amazônia: uma vida doada com amor e zelo.
Agradeço a Deus pela oportunidade de ter conhecido essa realidade missionária amazônica e pelo dom que cada uma de nossas irmãs é para a Igreja e para o povo.
Neste momento em que se vive a preparação para o Sínodo da Amazônia que acontecerá no mês de outubro deste ano, em Roma, rezemos para que possa ser um acontecimento que gere mais vida; para que seja uma oportunidade de encontrar para a “Amazônia novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
Queridos/as jovens, a vida das Missionárias da Consolata na Amazônia é só uma expressão daquilo que vivemos em tantas partes do mundo onde estamos presentes. Jesus disse: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” (Mateus 9,37...).
Você pode ser essa pessoa chamada a vivenciar a alegria de AMAR e SERVIR aos irmãos e irmãs em diferentes lugares no mundo, respondendo ao projeto que Deus tem para você e com você. Não tenha medo de dizer SIM. Jesus está sempre caminhando ao nosso lado.
Venha fazer parte da nossa Família Missionária!
Maria Conceição Nascimento da Silva é Vice Superiora Geral das Irmãs Missionárias da Consolata.