25 ANOS DE CONSOLAÇÃO EM TERRAS DA GUINÉ BISSAU

No dia 25 de junho aconteceu na paróquia Nossa Senhora Consolata de Empada a festa da sua padroeira e junto foi comemorado em Ação de Graças, os 25 anos de vida doada pelas Missionárias da Consolata nesta terra querida da Guiné Bissau

Por Noeli Domingos Bueno

18274809_1504954799522830_8097497606627185539_nNo dia 25 de junho aconteceu na paróquia Nossa Senhora Consolata de Empada a festa da sua padroeira e junto foi comemorado em Ação de Graças, os 25 anos de vida doada pelas Missionárias da Consolata nesta terra querida da Guiné Bissau.Conforme proclamado no comentário inicial em língua Crioulo:

“Es festa ki no na celebra aos,  i  inrikisidu ku Don di 25 anos di presensa di Irmãs Missionárias di Consolata  na Guiné Bissau. Purmerus irmãs ke tchigaba  na Empada i sedu Emma Piera Casali, i Ana Paula Foletto, ki sta li aos pa celebra ku tudu parokia es momento di  bençon e gratidon pa don dimisson. Na purmeru grupo temba tambi irmã Ortensia Antunes, aos na Brasil i Adriana Medina Medina, aos missionária na Mosambike.  Es quatro missionárias tchegaba na Guiné Bissau na dia 29 di fevereiro di 1992. Dipus di seis mis na Bissau, Elis tudu  bin pa Empada na 3 di agosto ku un sonho garandi di fassi Cristo no Salbadur kunsido pa tudu povu di Empada.”

Tradução: “Esta festa que celebramos hoje, é enriquecida com o dom dos 25 anos de presença das irmãs Missionárias da Consolata na Guiné Bissau. As primeiras irmãs que chegaram em Empada foram Ir. Emma Piera Casali e Ir. Ana Paula Foletto e estão aqui para celebrarem com toda a Paróquia este momento de bênção e gratidão pelo dom da Missão. No primeiro grupo também fazia parte a Ir. Ortencia Antunes da Silva, hoje no Brasil, e Ir. Adriana Medina Medina, missionária em Moçambique. Estas quatro missionárias chegaram na Guiné-Bissau no dia 29 de fevereiro de 1992. Depois de seis meses em Bissau, capital, foram para Empada no dia 3 de agosto com um grande sonho de fazer Cristo nosso Salvador ser  conhecido para todo o povo de Empada.”

1A preparação da festa da padroeira foi marcada com uma oração própria para este fim, proferida em todas as celebrações de Missa desde a Páscoa. A seguir a novena foi preparada e animada por grupos específicos, iniciando o primeiro dia pelos catequistas, famílias, Ajopai, Jovens, adolescentes, pré-adolescentes com as crianças, assessorado por um membro da equipe missionária.

O tríduo foi preparado pela comunidade das Irmãs Missionárias da Consolata sendo que o primeiro dia foi projetado parte de um vídeo mostrando o trabalho missionário desenvolvido por elas no mundo. O segundo dia foi apresentado o trabalho missionário desenvolvido na Guiné Bissau (Bôr, Bubaque e Empada) através de painéis fotográficos e o terceiro dia culminou com o terço luminoso, rezando e entregando para Maria a Mãe Consolata as cinco realidades mais gritantes da Guiné Bissau: Mulheres, água,Saúde, Educação e trabalho infantil.

A celebração litúrgica foi presidida pelo Padre Domingos Fonseca enviado e representando o Bispo de Bafatá, D. Pedro Zilli que infelizmente não pode estar presente.

19642260_448020002239576_5022022637748384905_nToda a celebração litúrgica foi marcada de alegria e entusiasmo pelos paroquianos e especialmente pelo coral paroquial formado por jovens e adolescentes que por um mês, todas as noites ensaiaram as cantigas, e danças. A chuva também veio se fazer presente para parabenizar as festejadas e lavar a alma de todos os participantes do evento.

Após a celebração foi servido um almoço com direito ao bolo de aniversário.

Recordando o caminho percorrido, marcado por muitas alegrias e dificuldades, pois assim é feita a vida missionária, Ir. Emma Piera Casali, uma das pedras vivas do início e presentes na festa expressa com comoção a experiência vivida:

“Ao chegar nesta terra, tudo era novidade, tudo era para começar, uma zona onde nunca houve uma presença fixa da Igreja católica. Confesso que não foi fácil, mas foi bonito porque vimos se assim podemos dizer nascer a Igreja viva neste pedaço de chão da Guiné Bissau.

Ao começarmos nossa missão aqui em Empada, nossa primeira preocupação foi a de conhecer o povo que Deus nos tinha confiado, visitando as famílias nas tabancas, escutando-as e dialogando com elas. A seguir fizemos um encontro com o povo de Empada apresentando-lhe uma possibilidade de fazer um caminho para viver uma maneira nova, e manifestemos o nosso desejo de iniciar com os casais ou famílias. No dia seguinte para a nossa surpresa apresentaram-se 24 casais com os seus 96 filhos.

19420609_1564400710244905_6765985777100196026_nO fio condutor que nos guiou então como passos da nossa ação missionária foram: observar, escutar, não ter pressa, conhecer a realidade, programar e avaliar juntos. Este foi o empenho que assumimos e que guiaram sempre o nosso trabalho missionário, continuando sempre na escuta, no diálogo e na colaboração com o nosso povo. Aos poucos íamos descobrindo os desafios mais urgentes do nosso povo que junto procurávamos responder e realizar.

Faço notar que consideramos sempre como parte integrante do anúncio de Cristo a formação social e a promoção humana como parte essencial da nossa pastoral.

Assim, pouco a pouco a Igreja ia crescendo, alargando-se também nas tabancas de Medina, Darsalan, Kudon, Mui e Catchobar.

Com a Evangelização também cuidávamos a parte social já mencionada acima. Assim foram criados       centros de recuperação nutricional para as crianças; salão para a formação das mulheres; Liceu e jardim infantil para educação”.

Noeli Domingos Bueno é Missionária da Consolata, na Guiné Bissau.